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O amanhecer de dia 7 foi correr a Plaça de Espanya para comprar àgua no Mercadona e explorar o supermercado bio que encontrei pelo caminho. Nele comprei mais Kombucha, com vontade de trazer uma data de outras coisas acabei a comer tâmaras e Chufas/Xufas, sabem que não ligo muito a pequeno-almoço nem sou de grandes fomes matinais. De lá segui para a zona do Botânico, onde acabei por não ir, para ver o Jardín de Las Hespérides, repleto de Alecrim, Laranjeiras, Limoeiros, Buganvílias, Lavandas e outras flores, com uns Cactus, Ranúnculos, umas Peónias e um Loureiro podia ser o jardim da minha casa e eu ficaria in love a cada entardecer!
Ao sair de lá fui dar um cheiro ao jardim Botânico, e pensei volto depois, o que não aconteceu, quer dizer voltar voltei, só não entrei. De seguida passei por uma das paredes que mais me apaixonou, um mural com cores lindas cheio de citrinos, street art em Valência é um jogo sério 👏🏼👏🏼👏🏼
Seguindo em frente, já avistava as Torres de Quart, duas torres semi cilíndricas unidas por um corpo central onde se abre uma porta em forma de arco. Que são logo ali ao fundo no cruzamento entre a calle Quart onde estava e a calle Guillén de Castro. Construídas no estilo Gótico Valenciano tardio de arquitectura militar entre 1441 e 1460, antes ainda parei na esquina para comprar umas laranjas de sangue, que morro de amores por elas desde os meus verões adolescentes em Itália.
Seguimos caminho explorando as ruas, sempre acompanhados por lindos exemplares de street art, lojas vintage e de usados que dão outro charme às ruas. Passamos no Portal de la Valldigna, um arco de 1440 muito giro, que dá entrada ao antigo quarteirão Árabe, gosto destas passagens antigas que ligam um lado ao outro da rua, fazem-me imaginar ligações e relações de vizinhança, conflitos e questões tão antigas que nem sei. Seguimos caminho pelas ruas e ruelas até chegar às Torres de Serranos, duas torres que formam uma porta antiga é uma das doze portas que faziam parte da antiga Muralla Cristiana da cidade.
Foi construído em estilo Gótico valenciano entre 1392 e 1398. Impressionante como em 6 anos conseguiram construir aquele monumento tendo em conta a sua dimensão e as condições à época, fico maravilhada como as coisas eram antigamente. O nome deve-se provavelmente à sua localização no Nordeste do antigo centro da cidade, tornando-se o ponto de entrada para o camí ral que ligava Valência com a comarca de Els Serrans (ao longo da estrada seguindo para Noroeste em direção às montanhas ao redor de Teruel e, eventualmente, conduzindo a Saragoça), e também como ponto de entrada para a estrada real para Barcelona, ou porque a maioria dos colonos ali perto, na época de Jaime I de Aragão, era da região em torno de Teruel, cujos habitantes eram frequentemente apelidados de Serranos (povo das montanhas) pelos Valencianos. Alternativamente, o portão pode ter este nome devido a uma família importante, os Serranos, que vivia numa rua com o mesmo nome.
Não é certa a origem do nome mas é indubitavelmente um marco importante e um dos monumentos mais bem preservados da antiga muralha da cidade, que foi derrubada em 1865 sob as ordens do governador provincial Cirilio Amorós, apenas as Torres dos Serranos, as Torres de Quart do século XV e alguns outros vestígios arqueológicos e ruínas, que se encontram espalhados por diversos locais, como os da Puerta de los Judíos, ao pé do Metro em Colón, onde nos sentamos a comer no ultimo dia – “à terra onde fores ter faz como vires fazer” – sobreviveram. As Torres de Serranos foram a entrada principal da cidade e originalmente construídas com uma função defensiva. De 1586 até 1887 as torres foram usadas como uma prisão para os nobres. Com a Pont Dels Serrans em frente, uma das 18 pontes que contei, em cima do que são chamados Os Jardins do Turia, onde em tempos correu um rio, mas segundo o que li houve uma inundação e decidiram desviar, contudo em fotos de arquivo que pude analisar no Palau de Cervelló, vi fotos bem antigas onde partes do Rio estavam secas, bem seja como for, o rio foi desviado para outro ponto e o espaço que ocupava foi reabilitado com imensos parques, jardins espaços verdes que Valencianos e Turistas aproveitam para lazer e desporto. Na actualidade é a ponte mais antiga que cruza o “rio” Turia e foi a segunda das pontes históricas a ser restaurada e reconstruída em pedra, mantendo o aspecto e material original.
A ponte Românica, com nove arcos redondos, tem 159,7 metros de comprimento e 11,2 metros de largura. Une a Torres de Serranos por estrada até a região de Los Serranos, daí o seu nome. Por isso acredito que as Torres tenham o nome devido ao mesmo motivo mas, que sei eu? 🤷🏽♀️ Desfilamos na ponte para o outro lado e fomos visitar o museu de Belas Artes, um museu gratuito não muito grande e que tinha as obras do meu maior interesse fechadas nas salas a ser restauradas então foi entrar, aproveitar a casa de banho, ver o possível e sair, uma das idas a um museu mais rápidas da vida, só não bateu a ida ao MET mas essa arde-me bem fundo no coração…
Passeamos um pouco pelos Jardins del Real e seu lago ao pé do Museu de Ciências Naturais, com muitos patos e árvores lindas que vi pela cidade e agora descobri que são as árvores de Ceiba (Palo Borracho Chorisia Speciosa), se não for isto, e alguém perceba do assunto mandem DM no Instagram pois fiquei maravilhada! Decidimos atravessar outra das pontes para o lado da cidade velha e queria ir ao Palau de Cervelló, passei na frente dele mas o Google Maps trollou-me e fez-nos andar às voltas para trás e para a frente até que entendi que estava a gozar com a minha cara, mas entre as voltas vi mais street art, mais cenas vintage e foi giro, apesar de já estar super cansada de andar com a mochila com frutos e roupa e a câmera aos ombros mas tudo parece menos mal quando queres muito as coisas.
Resultado ao chegar estava fechado, só abriria horas mais tarde e foi então que decidimos meter pés ao caminho… Chegamos ao centro da cidade antiga, um encanto, onde subi à torre sineira, Torre del Micalet, em plena Plaça de la Reina, uma torre com 207 degraus, formato octagonal com mais de 50 metros de altura é subida em caracol. Odeio escadas em caracol e levo sempre com elas, mas parece-me que é o custo que tenho de pagar para aceder às melhores vistas das cidades.
Construída entre 1381 e 1429 em estilo Gótico Valenciano, originalmente foi uma torre independente, foi ligada à Catedral no final do século XV, quando a nave central foi ampliada.
O seu perímetro é igual à sua altura, sobriamente decorada no exterior pelos binóculos contrafortes das bordas e os finos moldes que marcam os diferentes níveis dos pisos. O primeiro corpo é sólido, deixando apenas a cavidade helicoidal da escada; o segundo corpo tem um recinto abobadado, que é a antiga “Prisão” ou Asilo da Catedral com uma única janela exterior; o terceiro corpo é a “Casa del Campanero”, outra sala abobadada semelhante à anterior, embora maior e com duas janelas. O andar superior é a sala do sino aberta por oito janelas, sete delas ocupadas pelos sinos. O oitavo corresponde à escada em espiral, que ali se torna mais estreita.
Não admira que a Health tenha contabilizado perto de 30.000 passos nesse dia e 20 andares, isto até ficar em bateria às 19:30.
Mas voltando às vistas um 360º da cidade, é que vale tão a pena, que nunca mais te lembras daquela caracoleta “sem fim”. Seria muito mais fácil subir e descer se TODOS respeitassem os sinais. Acho que verde é universal para andar assim como vermelho para parar, e não há respeito, então tivemos de parar imenso durante a subida para deixar descer ☹, ao descer tivemos mais sorte não foi preciso parar tanto.
Após a descida dirigimo-nos para o largo onde encontramos a Plaça de da Verge, Plaça de la Mare de Déu, Fuente del Turia e partes do Casco Antiguo, onde ficamos um pouco a tirar fotos e observar a suas belezas.
De lá seguimos para a Horchateria Santa Catalina, das mais antigas e mais conceituadas da cidade, merecia uma Horchata depois de subir, maravilhar as vistas e descer.
E as maravilhas não acabavam ao chegar deparamo-nos com a fachada da loja, a coisa mais fofa e com a imponente fachada da Eglèsia de Santa Caterina.
La entrei na Horchateria, interior antigo, bem mantido, bonito e fresco, paguei €2.95 pela Horchata e saí feliz a matar a sede.
Seguimos até Llotja de la Seda, um edifício civil, integrante do mercado antigo, emblemático do século de Ouro Valenciano construído entre 1482 e 1548 no estilo Gótico Valenciano, já no fim da “era” desse estilo. O edifício é composto de 3 partes, a torre, o tribunal del mar e Sala de Contratacion, fora o jardim de Laranjeiras, sim em Valência sente-se um cheirinho a flor de laranjeira único pois as ruas são floradas pelas Laranjeiras. Tivemos sorte porque haviam muitas laranjas e muitas flores, win-win situation. Declarada em 1996 Património Mundial da Humanidade pela Unesco, a Llotja de la Seda foi um importante mercado de trocas de azeite e seda na sua fase comercial. Nas suas imediações localiza-se o Mercat Central que aquela hora estava fechado e voltei lá no dia seguinte.
Naquele momento estava com fome e procurei dois restaurantes da minha lista, um de mix japonês e Brasileiro e outro de boa comida e bebida mas em ambos fui muito mal atendida acabando por não conseguir comer em nenhum deles.
A Plaça de l’Ajuntament estava toda tapada numa espécie de obras e outras coisas que penso estavam relacionadas com o Falles.
Demos uma grande caminhada na expectativa de encontrar algo para comer, tarefa não concluída e uma volta gigante para voltar a Xàtiva para apanhar um metro de volta para o Hotel.
Chegamos já de noite, deu para ver a iluminação decorativa ligada e achei diferente e bonita.
Não saiam daí, volto já no próximo post para vos falar do dia 8 de Março, o Dia da Mulher e como o vivenciamos em Valência! 💁🏽
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